27 de dez. de 2012

Quando encontrei meu Anjo (1/3)

Pra início de conversa...

Eu nunca fui uma garota de muitos valores e virtudes. Não, na verdade eu não tinha valores e virtudes. Não nasci para agradar ninguém além de mim, não nasci para ser o que queriam que eu fosse, e por falta de compreensão dos meus pais quanto a isso, fugi de casa em plenos 16 anos.
E foi nas ruas que encontrei meu destino.

Conheci Cloud no meu aniversário de 17 anos. Um caçador de recompensas e outras coisas... Ele era meio louco, jurava que coisas como vampiros e lobisomens existiam, mas pra mim ele era só um cara de 45 anos que estava começando a ser afetado pela idade.



Vai uma cerveja? Aproveite enquanto não dirige. ─ Cloud sempre parava nos botecos de esquina pra comprar algo. Desde carveja até espumante, ele nunca sabia fazer uma perfeita combinação de bebida e comida. Uma vez vi ele comendo um pacote de cheetos e bebendo uísque. Mas não tinha jeito.
Peguei a lata que ele jogou pra dentro do carro e comecei a seção de bebedeira do dia.

─ Então, eu acho que to precisando de umas roupas novas... O que acha? ─ Olhei-o com o canto dos olhos, e vi ele quase cuspir sua bebida com um riso.
─ Se a intenção é parecer bonita pra um garoto, eu sugiro que ande pelada. ─ Ele sorriu.

Talvez parecesse estranho para ele me ouvir pedir algo como aquilo, já que eu nunca me incomodei com minha calça jeans desbotada, meu all star surrado, minha camisa preta e minha jaqueta para os dias frios. Acho que na verdade ele nunca me vira nem mesmo pentear o cabelo.

Revirei os olhos e dei mais um gole.
─ E o que temos pra hoje?
Perguntei dando uma olhada no estoque de munição.
─ Esse é o cara.
Ele me passou a foto.

Parecia alguém importante. Um rapaz de não mais que 25 anos. Barba mal feita, hmm sexy! Cabelo negro ondulado, pele parda, não mais que 1,85 de altura e... Seus olhos... Eram de um azul diferente, tão diferente que não consegui escapar deles. Azul como o céu à noite. Escuro e brilhante, uma pessoa menos observadora não teria percebido que era azul e acharia que era preto...

─ Se chama Marco.
─ E marca mesmo... ─ Resmunguei sarcasticamente.

Pelo retrovisor vimos outro carro da polícia.
Desde que aquela praga do Nando me viu entrar no carro, a polícia nos segue a mando dos meus próprios pais. As vezes chega a ficar crítico, principalmente quando aparecem viaturas seguindo Cloud por seus crimes também.

─ Merda! Anda logo seu bêbado!
─ Você que manda bebê! ─ Ele riu acelerando.

Esperamos anoitecer e seguimos para a festa.
Seja quem for, quer mesmo esse tal de Marco morto. Até nos deu roupas e convites para a festa de seu aniversário. 24 anos. Eu nunca erro.
Lá estava ele. E nosso plano estava pronto. Esperaríamos o fim da festa e Cloud levaria ele para fora da casa, enquanto eu estaria aguardando da esquina com a arma mirando exatamente entre seus belos olhos.
E tudo estava indo perfeitamente bem.
Uma festa e tanto! Um baile de máscaras... Bem conveniente uma vez que eu nunca erraria o alvo e ninguém descobriria que eu sou a garota desaparecia dos jornais.
Foi quando o relógio marcou 2h da manhã que tudo começou de verdade, o plano estava pronto para ser executado...

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