27 de dez. de 2012

Quando encontrei meu Anjo (2/3)


Já estava na hora. Saí da festa e fui me posicionar a espera de Cloud com Marco.
O vestido longo e justo me incomodava, era uma pena o que eu estava prestes a fazer com um vestido tão caro, mas eu o rasguei. Rasguei pouco acima do joelho e recarreguei a snipe.


Não era muito comum Cloud se atrasar minutos que fossem, mas daquela vez chegou a preocupar.
Onde ele estava?
De repente apareceu no jardim aquela figura alta de smoking, com uma mascara preta. Mas não era Marco, era Cloud. Dando de ombros e balançando a cabeça negativamente. Respirei fundo e deixei o ar sair de uma vez. Alguém tocou meu ombro. Uma mão fria e cuidadosa. Gelei totalmente. Tinha medo de quem poderia ser. E o pior, é que era. Apesar de todo medo e vontade de correr, não dei se quer um passo. Apenas o encarei.

─ Quem? ─ Ele não estava perguntando meu nome, muito menos me chamaria para sair.
─ Não me intrometo nisso, só ajudo meu parceiro ali. E é a primeira vez que alguém estraga nosso plano. ─ Cuspi as palavras em um tom de raiva e inconformação.

"Merda!Merda!MERDAA!" eu gritava comigo mesma em pensamentos turbulentos.
Eu apenas não sabia o que fazer.

─ Uma moça tão bela não deveria andar com um armamento tão...
─ É sexy.
─ Olhando de perto... ─ Ele tombou a cabeça e sorriu ─ É!

Eu ainda não estava com um humor tão bom para rir.

─ Tudo bem, eu dou o dobro do que a pessoa iria te pagar se você matá-la. Faria isso por mim? ─ Ele fez um bico ─ Pelo menos pela grana você tem que aceitar!

O que? Como assim? Aquilo me pegou desprevenida. Devo ter ficado entre cinco e dez minutos calculando... Mas espera... Quanto eu ia ganhar?
Foi quando algo acertou o rosto de Marco. E aquele "algo" era o punho de Cloud. Tentei pará-lo, mas só consegui falar sobre a proposta depois que ele levou dois socos no estômago, um no rosto e um chute que parece ter quebrado seu joelho. Pelo menos Cloud escutou com atenção.

Marco nos levou para dentro para conversarmos. Sentamos em um tipo de sala de estar no segundo andar e fomos servidos com vinho e petiscos.
─ Geralmente as pessoas me amam. Quase me adoram por eu ser quem sou. Mas de tempos em tempos sempre tem que aparecer um revoltado... ─ Ele resmungava ─ Foi assim em 1776, 1850, 1965, 1997 e agora...
Cloud e eu nos entreolhávamos enquanto Marco falava e tomava seu vinho.
─ Parece que humanos nunca aprendem...
Ele levantou e retirou o smoking, passando a desabotoar a camisa branca social que tinha por baixo.
─ Sabe o que são Nephillins? ─ Ele perguntou, mas pareceu retórico... Ou talvez ele falasse sobre algo distante demais do meu universo ─ São filhos de anjos com humanos. Bem, foi muito complicado se adaptar  por tanto tempo e seria um desperdício me matar agora.

Cloud arregalou os olhos, mas foi por pouco tempo.

─ Não senhor Cloud. Não sou um Nephillin. Na verdade, sou um anjo. E minha missão aqui é acabar com sua existência. Eles são um perigo para todos, sabe?

Então Cloud deixou o queixo cair. Enquanto eu não me dava por convencida tão fácil.
Meu ceticismo porém tinha um limite, e esse limite foi atingido quando o homem em minha frente retirou a camisa e abriu suas magníficas asas.

─ Não me mostro assim para pessoas, gosto de mistérios e coisas assim... Por isso o baile de máscaras também. Gostaram do tema? ─ Ele sorria.

Eu mal podia acreditar em meus olhos.
Parece que tínhamos um novo contrato...




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