Verdades a serem ditas

Lembro quando ainda tinha 13 anos e me fizeram aquela pergunta " O que acha que o amor da sua vida está fazendo nesse exato momento? "

Mil e uma coisa passaram por minha cabeça, imaginei um garoto deitado em uma cama bagunçada, dormindo. Um garoto sentado num sofá com um copo de café numa mão e um pão mordido na outra assistindo algum desenho na TV. Imaginei ainda um garoto jogando algum jogo de RPG no computador. E também um na escola tocando violão, desenhando ou até mesmo dormindo.

Nunca esperei por um príncipe encantado, pelo contrario, fui criada para não esperar ninguém. E talvez apenas por isso nada respondi naquele momento. 

O tempo passou e nunca mais pensei naquela pergunta, nem se quer pensei em como ele seria ou quis escolher como deveria ser. Não esperava nem mesmo que existisse. Quanto mais velha ia ficando mais a ideia de viver por mim mesma ia se fixando em minha mente. Eu namorei caras legais, encontrei garotos que se tornaram homens e homens que sempre serão meninos. Passei pela vida de muitos deixando um pedaço de mim e levando um pouco de cada um. Fiz grandes amigos e curti grandes amores, porém, amores rápidos. Amores com prazo de validade. Para mim, o para sempre não existia. Nunca existiu e jamais seria real. Então um dia qualquer, sem compromisso algum, resolvi tentar acreditar. Eu só iria tentar. Não estava certa de conseguir. Precisava de alguém pra aquilo, e como uma ironia do destino, lá estava ele. Eramos iguais. Em tudo e mais um pouco. Mesmo em nossas diferenças eramos sinônimos. E pela primeira vez me apaixonei de verdade.

Conversávamos todos os dias desde que abríamos os olhos até que não aguentássemos mais mantê-los abertos. Nos encontramos, começamos algo real, mas então voltei a me lembrar da minha antiga filosofia de vida.

Ninguém disse que seria fácil, eu o magoei e me magoei também. Mas ao sentir em mim sua dor, desisti de mim mesma. Desisti de mim por ele. Desisti de me manter como aquela garota forte, aquela garota totalmente lógica e racional. E nunca pensei que pudesse fazer isso por qualquer um que fosse.

Muita coisa mudou, o tempo e a distância cada vez atrapalhando mais, mas algo nunca deixará de haver entre nós enquanto vivermos, amor e paciência. 

Nunca mais me esquecerei, que naquele dia em que eu ainda tinha 13 anos e me perguntaram o que estaria fazendo o amor da minha vida, eu descrevi em pensamentos todas as possibilidades daquele que hoje me completa.

Por isso digo agora a maior verdade que posso já ter dito na vida Eu sempre o amei, mesmo quando não o conhecia, eu o amo como jamais pensei que pudesse amar e eu o amarei enquanto respirar.

Dedicado à meu anjo Gabriel Santos.